A prática que pode mudar sua relação consigo mesma: conheça a Carta Compassiva
- Fernanda Passoni

- há 6 dias
- 2 min de leitura

A Carta Compassiva é um dos exercícios mais significativos dentro das práticas de Treinamento da Mente Compassiva (Compassion Focused Therapy – CFT). Ela consiste em escrever uma carta para si mesma a partir da perspectiva de uma parte interna sábia, gentil e compreensiva — ou de uma “outra compassiva” imaginada. Essa figura pode ser real ou imaginária, reunindo as qualidades ideais de compaixão: sabedoria, acolhimento, coragem, empatia e profundo compromisso com o bem-estar humano.
Mais do que simplesmente escrever palavras amáveis, a carta compassiva é um convite para acessar um modo específico de funcionamento mental: um estado de calma, segurança e cuidado que favorece a regulação emocional e a autoconsciência. Ao escrever, ela busca se conectar com essa voz compassiva e permitir que ela dialogue com as partes que sofrem, duvidam ou se criticam com severidade.
Por que esse exercício é tão importante?
1. Reduz a autocrítica e a vergonha - Muitos de nós convivemos com uma crítica interna dura, que amplifica erros, minimiza conquistas e reforça sentimentos de inadequação. A Carta Compassiva oferece um contrapeso: uma voz que valida a dor, reconhece as limitações humanas e encoraja com gentileza, sem julgamento.
2. Fortalece o sistema de calma e segurança - A neurociência da compaixão mostra que o corpo responde a imagens, tons de voz e intenções. Ao escrever a partir da perspectiva de um “outro compassivo”, ativamos áreas cerebrais ligadas ao cuidado e à regulação, ajudando o corpo a sair de estados de ameaça e a entrar em um estado mais estável e receptivo.
3. Gera insight e reconexão emocional - A carta ajuda a organizar pensamentos e sentimentos, oferecendo uma visão mais ampla e sábia sobre desafios pessoais. Muitas pessoas relatam que, ao reler a própria carta, descobrem novas formas de compreender suas emoções e necessidades.
4. Desenvolve a capacidade de autoapoio - Com a prática, ela nos tornamos capazes de acessar internamente essa “voz compassiva”, que passa a estar cada vez mais presente no cotidiano. Assim, mesmo em momentos difíceis, começamos a responder a nós mesmas com mais gentileza e coragem — e menos dureza.
5. Funciona como um ritual de cuidado e presença - O ato de parar, respirar, escrever e direcionar compaixão para si mesma é, por si só, um gesto profundo de autocuidado. Ele sinaliza ao corpo e à mente que ela merece atenção, respeito e acolhimento.
Quando fazer a Carta Compassiva?
Em momentos de autocrítica intensa
Diante de decisões difíceis
Quando emoções dolorosas emergem
Como parte de uma rotina de cuidado emocional
Em processos terapêuticos que envolvem luto, ansiedade, vergonha ou trauma
Um caminho de gentileza profunda
A Carta Compassiva não é sobre ignorar problemas ou criar frases positivas vazias. É sobre olhar com honestidade para o próprio sofrimento, reconhecendo sua humanidade e oferecendo a si a mesma compreensão que ofereceria a alguém que ama. Para muitas pessoas, esse exercício se torna um marco transformador na jornada terapêutica — uma forma de aprender a se relacionar consigo mesmas com menos dureza e mais compaixão.
Vamos experimentar?
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