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Quando o corpo fala o que a mente não consegue dizer

  • Foto do escritor: Fernanda Passoni
    Fernanda Passoni
  • 19 de mai.
  • 3 min de leitura

Resenha do livro "Uma Voz sem Palavras", de Peter Levine



Uma Voz sem Palavras é um daqueles livros que nos tocam não apenas pela sabedoria, mas pela humanidade. Escrito por Peter Levine — um dos maiores especialistas em trauma — ele nos ajuda a entender algo que muitas vezes sentimos, mas não sabemos nomear: que nosso corpo guarda as marcas das dores que vivemos, mesmo quando nossa mente tenta esquecer.


Neste livro, Levine mostra que o trauma não está apenas em grandes acontecimentos como acidentes, abusos ou perdas. Ele pode estar em experiências que nos deixaram sem reação, com medo ou confusão — momentos em que nosso corpo queria correr, gritar ou se defender, mas não pôde. E é aí que ele se cala… e começa a carregar tudo sozinho.


Com exemplos reais e uma escrita gentil, Levine nos leva a perceber que essas feridas podem ser cuidadas. E que a cura não vem apenas ao “falar sobre o que aconteceu”, mas ao reconhecer os sinais do corpo, escutar com carinho nossos gestos interrompidos, nossas tensões, nossos silêncios.


Um olhar compassivo sobre a dor


Se você já se sentiu paralisado diante da vida, preso em reações que não entende, ou com emoções que parecem maiores do que você, este livro pode trazer respostas — e mais do que isso, alívio. Ele nos ensina que não somos fracos ou “quebrados”. Estamos apenas tentando sobreviver do jeito que conseguimos.


Essa é justamente a base da Terapia Focada na Compaixão: olhar para nós mesmos com gentileza, em vez de julgamento. Ao reconhecer o sofrimento com presença e acolhimento, abrimos espaço para algo novo — uma reconexão com quem somos além do trauma.

Levine reforça algo que a compaixão já nos sussurra: dentro de nós ainda existe uma sabedoria de cura. E o caminho de volta pode começar com passos pequenos — um suspiro, um tremor, uma lágrima que encontra permissão para cair.


Uma leitura que cuida


Uma Voz sem Palavras não é um livro técnico. É um convite: a desacelerar, escutar o corpo, respeitar os limites, e confiar que mesmo as dores mais antigas podem encontrar alívio. E que, com tempo, cuidado e compaixão, podemos deixar de apenas sobreviver — e voltar a viver.


O que é Somatic Experiencing?

Escutando o corpo, liberando o trauma com gentileza


A abordagem Somatic Experiencing®, desenvolvida por Peter Levine, entende que o trauma não está apenas nas histórias que contamos com palavras, mas também nas sensações e reações que ficam “presas” no corpo.


Muitas vezes, quando passamos por algo muito difícil, nosso corpo reage com instintos de defesa — como congelar, fugir ou lutar. Mas se essas reações não conseguem se completar, a energia do trauma pode permanecer ativa, mesmo anos depois, gerando sintomas como ansiedade, insônia, tensão constante, bloqueios emocionais e sensação de “desconexão” do mundo ou de si.


A Somatic Experiencing não exige reviver o trauma. Pelo contrário: ela convida a pessoa a se reconectar aos sinais sutis do corpo no aqui e agora, em um ambiente de segurança, para que as respostas inacabadas possam se liberar com suavidade — um suspiro, um movimento, uma lágrima.


É um processo compassivo, corporal e profundamente respeitoso. Por isso, a Experiência Somática combina tão bem com a Terapia Focada na Compaixão: ambas reconhecem que o caminho de cura passa pela presença, pelo acolhimento e pela escuta profunda do que o corpo tem a dizer — mesmo quando as palavras ainda não chegam.


1 comentario


pollet2
20 may

Muito bom Fe!! Amei 😻

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